Era para ser um sexta-feira como outra qualquer, estava em meu intervalo para o almoço, entrei em um transporte coletivo e fui para casa. Geralmente ando distraída em transportes coletivos, minha mãe sempre reclama disso. Porém, nesta sexta-feira parecia que o mundo ao meu redor chamava a minha atenção, percebi coisas do cotidiano, vi um amigo que não tem aparecido nas reuniões da igreja e me questionei sobre o fato de eu não fazer para traze-lo de volta ao nosso meio. Vi também dois policiais abordando um senhor que aparentava uns setenta anos de idade e achei atípico. Segui, e dentro do ônibus um rapaz de aproximadamente dezesete anos rotulado pela sociedade como "deficiente" ou "especial" roubou a cena. Ele tentava se comunicar com duas senhoras que estavam sentadas ao seu lado, ele ria e conversava. Desejava uma boa tarde para todos que passavam por ele e ao ir embora falou uma doce frase para todos: "tchau gente, tenham uma boa tarde, Deus os abençoe".
Fiquei pensando sobre o que seria deficiência realmente, será que era ele o deficiente ou nós? Ninguém respondeu ao doce desejo de boa tarde daquele rapaz. Nós e nossa frieza imposta pela sociedade entramos e saimos todos os dias dos transportes coletivos, do trabalho, de nossas casas, totalmente calados, não tentamos nos comunicar, fechados em nosso mundo. A deficiência está em nós, nos falta o amor de Deus, o cuidado e a expressão Dele. Aquele menino demonstrou ter aquilo que Deus quer entre seus filhos, amor, cuidado e dedicação.
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