Leitura Bíblica: Romanos 5
O Brasil rural das fazendas cercadas com arames farpados
deixou de existir como uma totalidade. Mesmo nas pequenas cidades, as praças
com seus bancos com propagandas do comércio local dão conta que muros e cercas
não impedem o ir e vir das idéias e pessoas.
As cidades grandes são aglomerações complexas que desafiam
qualquer planejamento ou previsibilidade. Se na cidade industrial o que levava
para longe eram os vagões que escorregavam pela linha férrea, hoje, o rastro
das drogas acelera as fugas e provoca muitas colisões. Gente movida não a
vapor, mas a pó.
O Brasil urbano e o rural sentem o cheiro do rastro das
drogas. Indústria rendosa com alto poder de sedução. Dobrados aos seus pés
jovens em busca de autoafirmação, bem como executivos de terno bem cortado em
busca de dinheiro e poder. A violência ganha modalidade inimagináveis. Embrutecemos
a fim de sobreviver.
Num contexto muito próprio Josué e Calebe recomendaram
coragem diante do desafio que a cidade representava: A terra pelo meio da qual
passamos a espiar é terra muitíssimo boa. (...) o SENHOR é conosco; não os
temais (Números 14:7-9).
A conjuntura do Brasil contemporâneo não pode ser um
ultimato para nos acovardarmos. Devemos ter a clareza de uma visão que convida
a coragem. A paz na cidade tem relação com a coragem na igreja. Pensar na
igreja como torre forte na cidade contemporânea deve ser algo viável.
Muitos se entregam ao pessimismo quando constatam os
sistemas que matem a cidade. Parece que tudo corrobora para a corrupção e para
sangra os simples. Tem choro que resulta em resignação, mas outros lavam os
olhos para enxergar soluções. Guardadas as devidas distâncias, Neemias penso na
sua cidade nestes termos:
Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que
estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; finde, pois, reedifiquemos
os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio. E lhes declarei como a boa
mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falar. Então,
disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra
(Neemias 2.17, 18).
Vamos amargar o fatalismo que lava as mãos omissas ou
engajar-nos? Certamente que a boa mão de Deus estará conosco se nos
propusermosa lutar pela paz na cidade.
Oremos: 1) Que
haja paz nas cidades brasileiras; 2) Pela saúde, segurança e educação; 3) Que
as igrejas se unam para a conquistas das cidades para Cristo; 4) Que haja um
homem de Deus em cada cidade; 5) Que proclamemos a paz de Cristo em todas as
cidades do Brasil.
Texto de Valdemar Figueredo Filho (pastor da IB Memorial da
Tijuca – Rio de Janeiro)
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