Seguindo o que comecei a falar ontem sobre dores na alma, vou continuar hoje a falar sobre jovens cristãos com doenças de alma. Quem nos acompanha no blog, sabe que gostamos de relatar fatos que acontecem conosco, eu particulamente, acho que nos aproxima de quem lê e também serve como um desabafo. E já que estamos falando de dores da alma, entendo, que desabafar pode ser uma das fórmulas de cura.
Acordei cedo, resmugando, queria dormir mais, estava atrasada para variar, enquanto eu corria de um lado para o outro, em minha mente passava tudo o que eu tinha para aquele dia, minhas oito horas de trabalho diária, minhas coisas para resolver no curto horário de almoço e minha orientação do artigo no período da noite em meu MBA que fica em outra cidade. Pensei: "bom dia quarta-feira que começa às sete da matina e só vai acabar uma da madruga."
E lá se foi o dia, no final dele, quase no final de mim por causa do cansaço, estava eu nos últimos e intermináveis minutos de aula quando recebi a mensagem de um amigo. " Ei, posso te ligar?
Lembro-me de quando conheci esse amigo, no caminho dentro do carro em direção ao local onde conheceria esse e mais outros novos amigos, me falaram especialmente desse, de como era um menino especial e cheio de Deus.
Receber aquela mensagem alegrou meu coração e me revigorou as forças. Logo e prontamente resolvi encerrar minha aula naquele momento por minha própria conta e sai da sala já respondendo: " Siiiiim, pode me ligar;)"!
Na minha mente, bailava a esperança de ouvir alguém com quem amo conversar, tinha meu cansaço sim, mas também bençãos recebidas, textos lindos que tinha lido, planejei contar as coisas que Deus vinha me dizendo durante minhas devocionais e como tinha tempo que não falava com esse amigo, planejei orar com ele no final da conversa.
O telefone tocou, e a conversa começou com meu amigo falando do jogo do time dele, tudo bem eu também amo futebol, mas eu não conseguia mudar o assunto, o futebol permanecia.
Minutos depois eu ouvi alguns gritos e do nada ele começou a narrar toda a jogada até o gol que o atacante do time dele fez. Depois de toda a gritaria eu respirei fundo e calmamente respondi que seria melhor ele aproveitar cada segundo daquele "jogo emocionante" e a gente conversava depois. Ele mal me ouviu dizer tchau!
Desliguei pensando, em quantas vezes eu posso ter feito isso, alguém pode ter me ligado, ou me chamado em um chat de rede social qualquer apenas para desabafar, contar uma novidade, ser ouvida, abençoada ou simplesmente para orar e eu despejei neste alguém aquilo que era importante pra mim naquele momento, como se eu e o que eu gosto fosse o centro do mundo. Como só o que é importante pra mim importasse. Pensei em minhas atitudes e na nossa geração de cristãos denominada de "adoradores extravagantes" porém, plugados 24 horas, rápidos e impacientes, egoistas, onde não se tem tempo para um bate papo. Onde se conversa sem prestar atenção, respondendo alguém enquanto se curte um status, assiste tv e narra um jogo.
Estamos doentes em nossa alma, a ausência do Espirito Santo nos faz doente, e por mais forte que essa minha afirmação pareça, é sim falta de Deus, porque o Deus consolador é Todo paciente, ouviente, amoroso, cuidadoso, atencioso e doce. Minha oração daquela noite foi essa: "Pai, me faz só um pouquinho mais parecida com Você, para o meu bem, para eu não adoecer, e para o bem dos outros,para eu não adoecer ninguém!"